Caetano e Chico - Juntos e ao Vivo (1972)

Caetano Veloso e Chico Buarque.

Juntos.

No meio da abjeta e assassina Ditadura Militar.

Com o AI-5 a pleno vapor, censurando, reprimindo, mandando prender, torturar e matar.

Precisa ficar explicando porque esse álbum é fundamental?

Sim, precisa: gravado em um show no Teatro Castro Alves, em Salvador, nos dias 10 e 11 de novembro de 1972, o álbum traz a junção de dois dos maiores compositores do Brasil, em um show que serviu também para afastar os boatos de que os dois teriam brigado, ainda no fim da década de 1960.

Caetano tinha recém voltado de Londres, onde ficou por um tempo exilado, e o show não fugiu dos olhos dos arapongas a mando do exército e da aeronáutica.

Um relatório, feito pelos responsáveis em espionar o evento, relata:

"A referida apresentação [tem] cenas que feriam a moral das famílias ali presentes, bem como atitudes do sr. Caetano Veloso, que, de certa forma, indispôs o público contra as autoridades presentes. Podemos observar quanto a Caetano Veloso: pintado de batom e com trejeitos homossexuais; [...] cabe-me salientar que Caetano, embora usando de uma afetação um tanto exagerada, muito mais apropriada para uma pessoa do sexo feminino, provocando até algumas vaias do auditório, tendo cantado músicas que, ao meu entender, nada apresentam de anormal." [fonte]

"Belo" exemplo de intolerância... :/

Em tempo: "Apesar de você", música de Chico Buarque que virou hino contra a Ditadura, não faz parte do repertório, mas há relatos de que um grupo de pessoas subiu no palco e cantou a música a plenos pulmões.



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